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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Motoristas clandestinos querem status de taxista

Os motoristas clandestinos - conhecidos como loteiros - querem que a Assembleia Legislativa aprove e  o Governo do Estado implante  um projeto que, entre outros pontos, os reconheça como taxistas. A Justiça obriga o Estado a realizar fiscalizações, porém, com número de fiscais reduzido, os motoristas clandestinos trabalham sem maiores complicações, principalmente nas cidades da Grande Natal.

Hoje, os motoristas farão - a partir das 14 horas - uma mobilização no Centro Administrativo e posteriormente sairão em carreata rumo à Assembleia Legislativa. Eles querem ser recebidos para apresentar o projeto elaborado pela Associação dos Proprietários e Condutores de Transporte Alternativo Complementar do Rio Grande do Norte (ATAC/RN) e que tem oito exigências [veja box]. Esse projeto foi protocolado junto ao Governo do Estado em fevereiro de 2010. Até então, a associação não recebeu nenhuma resposta. "Queremos ser recebidos por alguém. Se não for a governadora, que seja Paulo de Tarso [chefe de Gabinete]. O que não pode é continuar nessa situação. Estamos prejudicados", diz o presidente da ATAC/RN, Anderson Araújo.

Nas ruas, não é difícil encontrar os loteiros. Na zona Norte da capital, no local conhecido como "Mangueira", eles são muitos. A toda hora surgem passageiros que têm como destino as cidades do interior do estado. É o caso do estudante Jadson Renuedlys que tem parentes na cidade de Galinhos. Segundo o estudante, não existem empresas de ônibus que façam o itinerário para a cidade. O único modo de chegar ao local, é através dos carros de lotação. "Não tem ônibus. O jeito é ir com esses motoristas", comenta. Por cada viagem, Jadson paga R$ 30. "Além de ser caro, tem o problema que nem sempre tem carro. E tem uns loteiros que demoram demais".

Na tarde de ontem, a TRIBUNA DO NORTE conversou com alguns loteiros. Eles não querem ser identificados e reclamam da fiscalização feita pelos fiscais do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN). "A gente está trabalhando honestamente. Quem é bandido de verdade está livre. Isso é um absurdo", reclama um deles. No momento em que esteve no local, a equipe de reportagem não viu nenhum fiscal do DER/RN.

Porém, de acordo com o diretor do DER/RN, Demétrio Torres, desde julho, a operação denominada "Transporte Legal" está em andamento. A ação ganhou mais força depois que o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio Grande do Norte (Setrans/RN) moveu uma ação contra o órgão estadual. No dia 12 de julho, após uma audiência de conciliação, o DER/RN se comprometeu a retomar a operação. "Estamos trabalhando, mas o quadro de funcionários é pequeno. Felizmente temos parcerias com as policias rodoviária federal e estadual", conta.

O DER/RN possui 45 fiscais por turno atuando nas estradas e nos pontos potenciais de transporte clandestino de passageiros.

O secretário acredita que é possível o diálogo entre os loteiros e os proprietários de empresas de ônibus. "Da forma que está é que não pode ficar. Precisamos fazer alguma coisa", diz Demétrio. O titular do DER/RN informa ainda que não tem conhecimento do projeto apresentado pela ATAC/RN. "Mas estou aberto para receber todo mundo. Não é fácil o entendimento, porém, essa briga entre categorias precisa ter um fim".
 

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